Morreu o "pai" da História Empresarial, Alfred D. Chandler, no passado dia 9 de Maio, com 88 anos de idade, vítima de paragem cardíaca. O seu trabalho na História Empresarial começou no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), onde estudou diversas empresas, como o gigante químico DuPont, a General Motors ou a Standart Oil (actual Exxon). Da investigação surgiu o livro Strategy and Structure (1962), obra que marcaria profundamente os anos 60. Em 1977 publicou The Visible Hand: The Managerial Revolutions in American Business, trabalho que lhe valeu o prémio Pulitzer. É aqui que introduz pela primeira vez o conceito de "managerial enterprise", empresa onde o gestor é assalariado e não proprietário. À teoria da "mão invisível" de Adam Smith que faz funcionar os mercados Chandler respondeu com a "mão visível" da gestão moderna. Três anos depois, em 1980, saiu Managerial Hierarchies. Em 1985, com Richard Tedlow, publicou The Coming of Managerial Capitalism. Na década de 90 destaque para 3 livros igualmente importantes: Scale and Scope: The Dynamics of Industrialized Capitalism, Big Business and The Wealth of Nations e The Dynamic Firm. Com Chandler a História Empresarial adquire uma nova visão, deixa de estar preocupada apenas com a evolução de empresas ou empresários singulares, para passar a existir uma perspectiva comparativa, quer entre indústrias, quer em termos transversais, baseada num adequado enquadramento teórico. O que lhe interessava saber era como é que as coisas se passavam num determinado momento, como eram feitas mais tarde, e os motivos para a mudança: "o que conta são as pessoas, as suas capacidades, conhecimento e experiência", disse. Explicou, por exemplo, como é que a Alemanha se tornou numa das maiores potências industriais na Europa antes da Segunda Guerra Mundial, ou como os EUA se transformaram no país mais produtivo do mundo até 1960 e o Japão se posicionou como o seu concorrente mais bem sucedido. No ensino da gestão foi também um pioneiro, colocando a estratégia antes da estrutura, mudando o pensamento académico ao considerar que era impossível olhar apenas para os agregados macroeconómicos e pensar que, assim, se conhecia a realidade. Do MIT passou para a Harvard Business School, onde se reformou em 1989, depois de uma longa carreira como professor de História Económica. Chegámos até ele através de Jorge Borges de Macedo, dos poucos que conhecia bem a importância da obra de Chandler, num remoto Seminário de Áreas Empresariais e Legislação Económica, na Faculdade de Letras de Lisboa. Velhos e bons tempos...
Monday, May 21, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment