Wednesday, May 9, 2007

Era uma vez uma câmara...

A Câmara Municipal de Lisboa caiu. Segundo testemunhas, de podre, literalmente. Mas parece que só cai definitivamente à meia-noite, mistério dos mistérios!!! Segue-se uma comissão administrativa, nomeada pelo governo, como não podia deixar de ser. Aguarda-se com grande expectativa o nome dos salvadores! A dita vem tomar conta da coisa e dos seus 11.000 funcionários, que é como quem diz em linguagem de burocrata, da "gestão corrente e dos processos inadiáveis". Resta-nos a oportunidade criada, que é de ouro, pelo que se espera que os partidos políticos e a sociedade civil estejam à altura do desafio e a aproveitem bem. A democracia local assim o exige. Exigimos dos partidos e da sociedade civil candidatos fortes, com coragem, leia-se candidatos que não estejam reféns das estruturas locais (Deus nos livre...) dos seus partidos, com qualidade e preparação política. Candidatos que não invadam as vereações com liliputianos quadros locais à procura do primeiro (ou do definitivo) emprego. Candidatos com arte para mobilizar a sociedade civil e os parceiros locais e formar equipas de excelência, conhecedoras dos problemas, que são muitos, da cidade. Candidatos que saibam mobilizar igualmente os funcionários, dando-lhes condições de trabalho, autonomia e confiança. Candidatos que amem Lisboa, respeitem os seus munícipes, e que não vejam o exercício da sua actividade como um trampolim para outros voos políticos. Candidatos que saibam separar o trigo do joio, pois a câmara não pode, de maneira nenhuma, continuar a apoiar tudo e todos, sem critério, sem fiscalização, sem retorno. Os munícipes agradecem, assim como os colaboradores da autarquia. Lisboa precisa sofregamente de um projecto e de um estratégia, de visibilidade internacional e liderança cultural, de finanças saneadas e organização, de qualidade de vida e desenvolvimento sustentável, de coisas simples como as ruas limpas, prédios reabilitados, carros controlados, respeito pelas regras urbanísticas, escolas funcionáveis, entre outras. Numa palavra: arrumar a casa, definir prioridades e trabalhar. Lisboa precisa de um milagre? Os dados estão lançados...

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